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A escolinha - Hoje apresentamos a história do antigo Casarão.
O Antigo casarão que se localizava na Rua: Cel Cabral em frente à praça 9 de Julho era onde funcionava a antiga escolinha da Professora Iracema Lustoza Pires (D. Nenê), sempre causou uma grande curiosidade por sua imponência. Passaram por ali dezenas de crianças que lá estudavam de graça, é difícil encontrar alguma criança de Taiúva que até o ano de 1976 não tenha estudado ali. Todos os pais faziam questão que seus filhos passassem pela escolinha da D. Nenê antes de entrarem no primeiro ano do grupo escolar. A escolinha era muito conhecida na cidade e funcionou por vários anos, mas a história do casarão é muito mais antiga. Ouvindo relatos de antigos moradores da cidade e familiares do Sr. Antônio Gonçalves Colletes que foi o que construiu o casarão. Sabe-se que o Sr. Antônio Gonçalves Colletes nascido em Portugal em 14/12/1863, veio com sua família para o Brasil ainda jovem e se tornou um dos maiores fazendeiros da região de Ayuruóca – MG e Andradina – SP, com mais de 500 Alqueires de terra , grande produtor de café e sabendo que na região de Jaboticabal – SP haviam terras muito férteis para o plantio de cafezais se estabeleceu no local adquirindo a Fazenda Boa Esperança por volta do ano de 1885 , nesta época Taiúva era parte de sua fazenda com milhares de pés de café. Na virada do século a produção de café que antes era escoada com animais começou a se modernizar com a chegada da estrada de ferro que no ano de 1902 cortou a fazenda Boa Esperança no lugar mais plano e assim começou a ser construído a estação ferroviária e as primeiras casas da vila de Ytaiúva.
Um passado cheio de curiosidades
Com o surgimento da então Companhia Paulista de Estradas de Ferro, o Sr. Antônio Gonçalves Colletes que antes morava no casarão da Fazenda Boa Esperança resolveu mudar-se com sua esposa para a vila e após ser construída o prédio da Sociedade Portuguesa da qual fazia parte (Sociedade Portuguesa alguns anos depois passou a ser o Cine Teatro Carlos Gomes), resolveu construir sua casa bem em frente a futura praça e a Sociedade Portuguesa. Contratando os mesmos empreiteiros que construíram o prédio da Sociedade Portuguesa, “The Texas” Construtora de São Paulo, iniciou-se ali a construção do Casarão que ficou pronto em menos de um ano (1907 – 1908). O Sr. Antônio Gonçalves Colletes que era casado desde 27/01/1890 com a Sra. Anna Francisca do Sacramento Chaves Colletes, ficaram juntos por 35 anos, não tiveram filhos e foram os primeiros moradores do casarão onde viveram por 17 anos até que o Sr. Antonio G. Colletes veio a falecer em Campinas onde se tratava de nefrite em 25/04/1925. Ficando viúva a Sra. Anna Colletes administrou os cafezais sozinha por dois anos morando no casarão após a morte de seu marido. D. Ana Colletes já com seus 55 anos conheceu o então telegrafista da Companhia Paulista de Estrada de Ferro Sr. Vicente José Nunes Netto com 24 anos de idade e contrariando toda sua família casou-se com ele no ano de 1927. Homem inteligente e educado diga-se de passagem, deixou o emprego de telegrafista na Companhia Paulista para ajudar a esposa a administrar o patrimônio, também escrevia artigos para o Jornal dos Irmãos Dallalana “O Taiuvense, O Taiúva”, chegando até a escrever alguns livros sobre suas vivencias em Taiúva. Vaidoso e amante das coisas finas e requintadas viveu seus anos de casamento no luxo e na boa vida por vários anos. Excêntrico por natureza não economizava, viveu com D. Anna Colletes por 27 anos no casarão, também não tiveram filhos, com a decadência dos cafezais a renda do casal foi-se diluindo e até que o Sr. Vicente Nunes Netto contraindo várias dividas começou a se desfazer das propriedades para efetuar os pagamentos das dívidas e em poucos anos toda sua fortuna se acabou, restando somente o casarão onde morava. A Sra. Anna Colletes quando percebeu que a casarão onde morava era o único bem que lhe restava tentou colocar uma clausula na escritura para que o casarão nunca fosse vendido, pois afirmava que o casarão jamais teria outro dono, mas na época não foi possível, pois o casarão já estava penhorado. Um antigo funcionário do Sr. Antônio G. Colletes por nome Manoel Veiga, que era contador financeiro da Fazenda Boa Esperança acabou ficando com o casarão como pagamento de dívidas trabalhistas. Sendo obrigados a sair do casarão D. Anna e o Sr. Vicente partiram para Jaboticabal e foram morar com a família do Sr. Vicente, mas retornaram algum tempo depois e foram morar em uma casa cedida de graça pelo Sr. Sergio Lançoni, pois o casal estava completamente na miséria. D. Anna morreu em 20/04/1958 aos 86 anos em Taiúva e o Sr. Vicente Nunes ao final de 31 anos de casamento foi para Jaboticabal onde trabalhou na Biblioteca municipal inclusive onde morou até falecer em 1997. O casarão adquirido por Manoel Veiga foi vendido para o Sr. Domingos Pires, comerciante casado com D. Iracema L. Pires, professora, teve dois filhos o primeiro por nome Osny, faleceu com bem pouca idade depois tiveram um segundo filho e deram o mesmo nome Osny L. Pires. D. Nenê quando veio morar no casarão mudou sua escolinha que antes era ao lado da delegacia local para os fundos do casarão em um sobrado que ficava em cima da garagem. Ali moraram por vários anos até que em um trágico acidente de automóvel no dia de sua formatura (1972) Osny Pires veio a falecer, três anos mais tarde em 1975 seu pai, o Sr. Domingos Pires também faleceu. D. Nenê parou de lecionar no ano de 1976, depois viveu sozinha no casarão por 18 anos até o fim de sua vida, faleceu no dia 20/06/1994 com 84 anos. Hoje o Casarão se encontra reformado funcionando como estabelecimento comercial mas ficou muitos anos abandonado.
Ref.
Texto da página site http://taiuvasp.com.br/, de onde a citação foi retirada.
Imagens retiradas do site http://www.geocities.ws/taiuva_hp/casarao.html.
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